segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Saideira



Passava das nove horas da manhã, ao menos era o que diziam as más línguas, já que as boas, não se importariam muito com esse caso, quando ele saiu cambaleante pela porta carcomida de ferrugem do velho bar da esquina das ruas Marechal Rondon com Castelo Branco.

- Meu pai foi enterrado em cova rasa... Mas eu! Eu não serei... eu vou ser alguém nessa vida...

Falava enrolado, tal quais seus passos, como quem tenta se equilibrar no meio da rua, mantendo as forças para bater no peito, no melhor estilo King Kong, e esbravejar.

- Não mesmo... eu não serei... não serei enterrado em cova rasa como meu pai... não eu...
                Descendo a rua, não menos embriagado, um jovem segue sem rumo, de carro, igual a sua vida, na verdade, só que mais rápido, atropelou-o. Enquanto sua vida se interrompia, sendo preso, logo solto pra bem da verdade, o jovem infame, via o enterro do pobre bêbado indigente.

A boa música brasileira

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